Edição Atual

Na 31ª edição, a Revista Jurídica Gralha Azul direciona sua atenção a um campo em que o Direito não se restringe a sentenças ou processos, mas se revela como instrumento de reconstrução de vínculos e de promoção de convivências mais justas. O desafio contemporâneo não está apenas em apontar vencedores e vencidos, mas em abrir trilhas que restaurem o diálogo, valorizem a escuta e devolvam dignidade às pessoas envolvidas nos conflitos.
É nesse cenário que floresce a cultura de pacificação, compreendida como prática voltada à corresponsabilidade, à empatia e à busca de soluções que perdurem no tempo. Mediação, conciliação, práticas restaurativas, círculos de paz e demais métodos autocompositivos não figuram mais como meras alternativas ao processo judicial, mas como formas legítimas de ressignificar a própria ideia de justiça: menos confrontativa, mais humana e comprometida com relações sociais equilibradas.
Essa transformação já se anuncia no cotidiano. Tribunais, Escolas Judiciais e políticas públicas vêm incorporando metodologias que apostam na construção de confiança mútua e na superação da lógica estritamente litigiosa. Falar em pacificação não significa ignorar ou silenciar divergências, mas tratá-las com cuidado, atenção e compromisso ético.
Assim, esta edição convida pesquisadoras e pesquisadores a examinar os fundamentos, práticas e desafios da pacificação, seja no plano institucional, seja nas experiências concretas daqueles que dão vida ao sistema de justiça.