A AUSÊNCIA DO ADVOGADO NOS JUIZADOS ESPECIAIS: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA O ACESSO À JUSTIÇA E UM PROCESSO JUSTO E EFETIVO
DOI:
https://doi.org/10.62248/pqn0m873Palavras-chave:
Juizados Especiais Cíveis; Acesso à Justiça; Efetividade; Celeridade; Conflitos de menor complexidade.Resumo
O presente artigo científico tem como objetivo analisar a efetividade dos Juizados Especiais Cíveis (JECs) como instrumento de democratização do acesso à justiça no Brasil. Instituídos pela Lei nº 9.099/1995, os JECs visam oferecer uma forma mais célere, informal e acessível para a resolução de conflitos de menor complexidade. A partir de uma revisão bibliográfica, são discutidos os princípios fundamentais desses juizados, sua evolução histórica e os desafios enfrentados na busca por uma prestação jurisdicional eficiente, em particular a questão do uso facultativo de advogado nas causas de até 20 salários mínimos. A pesquisa revela que, apesar de avanços significativos, persistem entraves estruturais, culturais e tecnológicos que limitam a plena efetividade do acesso à justiça. Conclui-se que a ausência do profissional habilitado – advogado – gera um prejuízo significativo aos litigantes.
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