DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA COMO INSTRUMENTO DE VINGANÇA E ALIENAÇÃO PARENTAL

Autores

  • Djonny Fernando Friesen Centro Universitário de Ensino, Ciência e Tecnologia do Paraná – Uniensino Autor
  • Elisangela Veiga Pontes AMBRA University Autor
  • Barbara Lucia Tiradentes de Souza Centro Universitário do Brasil – UNIBRASIL Autor

DOI:

https://doi.org/10.62248/48a6qs76

Palavras-chave:

Denunciação caluniosa; Violência processual de gênero; Vingança; Alienação parental; Dignidade humana; Justiça restaurativa.

Resumo

Este trabalho investigou a denunciação caluniosa como instrumento de vingança e mecanismo de alienação parental, analisando como falsas acusações podem distorcer conflitos familiares, afetar direitos fundamentais e comprometer a atuação do sistema de justiça. A pesquisa, desenvolvida pelo método hipotético-dedutivo, com abordagem qualitativa e análise bibliográfica e documental, buscou responder de que modo a denunciação caluniosa tem sido utilizada em disputas de guarda e quais desafios o Judiciário enfrenta para identificá-la e coibi-la. O objetivo central foi compreender como a falsa imputação de crime se articula como prática de violência nas relações familiares, seus impactos emocionais, jurídicos e institucionais, e por que ainda encontra espaço como recurso para promover alienação parental. O estudo fundamenta-se no artigo 339 do Código Penal, na Lei nº 12.318/2010 e nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e do devido processo legal, dialogando com autores como Nucci, Didier Jr., Cintra, Grinover e Dinamarco, e Foucault. O estudo identifica que a denunciação caluniosa, quando utilizada em conflitos familiares, especialmente em disputas de guarda, pode contribuir para práticas de alienação parental, comprometer a proteção integral da criança e gerar distorções na atuação regular do sistema de justiça. Verifica-se, ainda, que a associação entre falsas denúncias e dinâmicas de gênero revela desafios institucionais na prevenção, no reconhecimento e no enfrentamento desse fenômeno.

Biografia do Autor

  • Djonny Fernando Friesen, Centro Universitário de Ensino, Ciência e Tecnologia do Paraná – Uniensino

    Sócio fundador da Friesen Assessoria Empresarial. Acadêmico de Direito no Centro Universitário de Ensino, Ciência e Tecnologia do Paraná – Uniensino. Tecnólogo em Marketing pela Universidade Castelo 

  • Elisangela Veiga Pontes, AMBRA University

    Advogada. Sócia da ELISANGELA PONTES – Sociedade Individual de Advocacia. Mestranda em Ciências Jurídicas pelo Programa de Pós-Graduação stricto sensu da AMBRA University – Flórida, Estados Unidos. Membro do Núcleo de Pesquisas em Direito Constitucional – NupeConst (PPGD UniBrasil). Graduada em Direito e Relações Internacionais pelo Centro Universitário Autônomo do Brasil – UniBrasil. elisangelapontes.pesquisas@gmail.com.

  • Barbara Lucia Tiradentes de Souza , Centro Universitário do Brasil – UNIBRASIL

    Doutoranda em Direitos Fundamentais e Democracia pelo Programa de Pós-Graduação em Direito do Centro Universitário do Brasil – UNIBRASIL. Mestre em Ciências Jurídicas com ênfase em Solução de Conflitos pela AMBRA University. Especialista em Direito Aplicado pela Escola de Magistratura do Paraná – EMAP. Pós graduada em Gestão Pública com ênfase em Gestão de Pessoas pelo Instituto Federal do Paraná – IFPR. Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR. Professora do curso de Graduação em Direito da UNIENSINO. Bolsista do Programa de Suporte à Pós-graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP), da CAPES. Membro do Núcleo de Pesquisa Jurisdição e Democracia do UniBrasil. Membro do Núcleo de Pesquisas em Direito Constitucional – NupeConst (PPGD UniBrasil). E-mail: assessoria.jus2@gmail.com. https://lattes.cnpq.br/0383404187136697. https://orcid.org/0000-0002-7937-435X.

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Publicado

19.12.2025

Como Citar

FRIESEN, Djonny Fernando; PONTES, Elisangela Veiga; DE SOUZA , Barbara Lucia Tiradentes. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA COMO INSTRUMENTO DE VINGANÇA E ALIENAÇÃO PARENTAL. REVISTA JURÍDICA GRALHA AZUL - TJPR, [S. l.], v. 1, n. 33, 2025. DOI: 10.62248/48a6qs76. Disponível em: https://revista.tjpr.jus.br/gralhaazul/article/view/348.. Acesso em: 21 dez. 2025.