CORONELISMO, VIDAS SECAS E O PAPEL DO JUDICIÁRIO RUMO À DIGNIDADE
DOI:
https://doi.org/10.62248/4t7za840Palavras-chave:
Coronelismo; Vidas Secas; Teorias Institucionais; Ordem Social; Poder Judiciário.Resumo
Este artigo explora a intrínseca relação entre o coronelismo brasileiro e a obra literária "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, utilizando como arcabouço teórico a Nova Economia Institucional de Douglas North e a tese de Acemoglu e Robinson em "Por Que as Nações Fracassam". Objetiva-se investigar o que é necessário e qual o papel do Poder Judiciário na transição para uma Ordem Social de Acesso Aberto (OAA). A análise se aprofunda na origem extrativista do Estado brasileiro, com foco especial no coronelismo, e examina o papel da instituição Poder Judiciário na transformação social do país. Adota-se uma metodologia dedutiva e pesquisa qualitativa para desenvolver essa análise. Conclui-se que, sendo o Brasil uma Ordem de Acesso Limitado (OAL) madura com instituições, em tese, robustas, necessita de um Judiciário que seja, ao mesmo tempo, estável para sustentar a ordem e flexível para apoiar as mudanças fundamentais rumo a instituições mais inclusivas. Essa flexibilidade é crucial para possibilitar a superação gradual das condições de "vidas secas" ainda retratadas na clássica obra de Graciliano Ramos, impulsionando o país em direção a uma genuína dignidade.
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