CULTURA DE PAZ E JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR EM PATO BRANCO/PR

Autores

  • Chaiane Ferreira de Souza Tribunal de Justiça do Estado do Paraná Autor
  • Fernanda Carolina Oliveira Mello Polsin Centro Universitário de Pato Branco Autor
  • Letícia Silvestre Bettiollo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná Autor

DOI:

https://doi.org/10.62248/6rr5wd80

Palavras-chave:

Adolescência; Bullying; Cultura de Paz; Justiça Restaurativa; Violência Escolar.

Resumo

Este artigo analisa a violência escolar no município de Pato Branco, no Estado do Paraná, e apresenta a justiça restaurativa como estratégia para a promoção da cultura de paz no ambiente educacional. A pesquisa, de caráter qualitativo e bibliográfico, contou ainda com a análise de dados fornecidos pela Central de Medidas Socialmente Úteis (CEMSU), que registrou cem ocorrências de conflitos escolares entre 2022 e 2025, envolvendo agressões, bullying, cyberbullying, ameaças, racismo, indisciplina e danos ao patrimônio. Nesse contexto, foi desenvolvido o Projeto Adolescer – Construindo vínculos, restaurando dignidades, implementado inicialmente em uma escola estadual, escolhida em razão do número expressivo de conflitos registrados nesta escola. A experiência contemplou vinte e quatro círculos restaurativos com estudantes e um círculo de sensibilização com aproximadamente sessenta servidores, conduzidos por facilitadoras vinculadas ao CEJUSC/CEMSU. As devolutivas da direção da escola, do Núcleo Regional de Educação e das próprias facilitadoras destacaram a relevância dos espaços de escuta, a valorização da dignidade, o fortalecimento dos vínculos e a necessidade de continuidade das ações. Os resultados indicam que, embora a violência escolar persista como desafio, as práticas restaurativas se mostram eficazes na transformação das relações escolares e na construção de uma cultura de paz.

Biografia do Autor

  • Chaiane Ferreira de Souza, Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

    Graduada em Psicologia pela Faculdade de Pato Branco, FADEP; Mestre em Estudos Latino-Americanos pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana, UNILA; Especialista em Saúde Coletiva pela Universidade Federal da Fronteira Sul, UFFS; Assessora de Pós-Graduação na Central de Medidas Socialmente Úteis - CEMSU do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, TJPR, do Foro Central de Curitiba; Facilitadora de Justiça Restaurativa, formada pela Escola Judicial do Paraná, EJUD-PR. Email: chaianeferreirasouza@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4044352466371579

  • Fernanda Carolina Oliveira Mello Polsin, Centro Universitário de Pato Branco

    Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário de Pato Branco, UNIDEP; Pós-graduanda em Psicologia Forense e Jurídica pela FASUL Educacional; Pós-graduanda em Parentalidade pelo IPOG; Facilitadora de Justiça Restaurativa, formada pela EJUD-PR. Email: fermello101@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/6573676047333833

  • Letícia Silvestre Bettiollo, Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

    Graduada em Direito pela então Faculdade de Direito de Curitiba; Especialista em Direito Público pela Universidade do Sul de Santa Catarina; Especialista em Sistemas de Justiça: Conciliação, Mediação e Justiça Restaurativa pela Universidade do Sul de Santa Catarina; Técnica Judiciária no TJPR, Mediadora e Conciliadora Judicial, Gestora Administrativa do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania - CEJUSC do Fórum Criminal, da Central de Medidas Socialmente Úteis - CEMSU e Centro de Justiça Restaurativa do Foro Central de Curitiba; Facilitadora de Justiça Restaurativa e Expositora de Oficinas de Divórcio e Parentalidade. Email: letsilvestre@gmail.com. Lattes: https://lattes.cnpq.br/680318645090989494

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Publicado

15.09.2025

Como Citar

DE SOUZA, Chaiane Ferreira; POLSIN, Fernanda Carolina Oliveira Mello; BETTIOLLO, Letícia Silvestre. CULTURA DE PAZ E JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR EM PATO BRANCO/PR. REVISTA JURÍDICA GRALHA AZUL - TJPR, [S. l.], v. 1, n. 31, 2025. DOI: 10.62248/6rr5wd80. Disponível em: https://revista.tjpr.jus.br/gralhaazul/article/view/252.. Acesso em: 18 set. 2025.