INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O DIREITO: INOVAÇÕES, RISCOS E DESAFIOS PARA O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

Autores

  • Barbara Lucia Tiradentes de Souza Tribunal de Justiça do Paraná Autor
  • Elisangela Veiga Pontes Centro Universitário Autônomo do Brasil- UniBrasil Autor
  • Thalles Jarehd Tiradentes Vaz Centro Universitário de Ensino, Ciência e tecnologia do Paraná – Uniensino Autor

DOI:

https://doi.org/10.62248/hvz4aq02

Palavras-chave:

Inteligência Artificial; Direito; Tecnologia; Constituição; Regulamentação

Resumo

O presente artigo analisa os impactos da Inteligência Artificial (IA) no ordenamento jurídico brasileiro, considerando os avanços tecnológicos na era digital e seus desdobramentos à luz dos princípios constitucionais. Aborda uma breve reflexão de como adaptar a legislação vigente para garantir a segurança jurídica, a proteção dos direitos fundamentais e a ética na utilização da Inteligência Artificial no âmbito jurídico, bem como, a forma como a Inteligência Artificial vem sendo incorporada ao sistema de justiça, desde a automação de processos até a tomada de decisões, destacando seus benefícios, como eficiência e agilidade, mas também os riscos, como vieses algorítmicos, falta de transparência e possíveis violações aos direitos fundamentais. O texto enfatiza a necessidade de regulamentação específica, baseadas na ética, para equilibrar inovação com os princípios constitucionais, como a dignidade da pessoa humana, a privacidade e o devido processo legal. Ressalta a importância da supervisão humana, principalmente diante do uso crescente de algoritmos nas decisões judiciais, que podem comprometer a subjetividade e a sensibilidade exigidas por julgamentos humanos. O artigo traz ainda, alguns apontamentos em relação as recentes regulamentações, tais como o Projeto de Lei 2.338/2023 e a Resolução CNJ nº 615/2025, que estabelecem diretrizes para o uso responsável da Inteligência Artificial no Judiciário, promovendo transparência, proteção de dados e vedando práticas discriminatórias, como a predição de crimes com base em características pessoais, como já fora feito outrora. O foco principal do presente estudo é mostrar ao leitor a necessidade de utilizar a Inteligência Artificial como uma ferramenta adicional e não substitutiva ao julgamento humano, de modo que o ordenamento jurídico precisa evoluir de forma alinhada aos valores do Estado Democrático de
Direito, garantindo um desenvolvimento ético, seguro e justo da tecnologia.

Biografia do Autor

  • Barbara Lucia Tiradentes de Souza, Tribunal de Justiça do Paraná

    Doutoranda em Direitos Fundamentais e Democracia pelo Programa de Pós-Graduação stricto sensu do Centro Universitário Autônomo do Brasil – UniBrasil. Bolsista do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP), da CAPES. Membro do Núcleo de Pesquisa Jurisdição e Democracia do UniBrasil. Mestre em Ciências Jurídicas pelo Programa de Pós-Graduação stricto sensu norte americano da AMBRA University - Fl/ USA. Especialista em Direito Aplicado pelo Programa de Pós-Graduação lato sensu da Escola da Magistratura do Paraná - EMAP, Curitiba/Pr. Especialista em Gestão Pública com habilitação em Gestão de Pessoas pelo Programa de Pós-Graduação lato sensu do IFPR. Especialista em Psicopedagogia Institucional pelo Programa de Pós-Graduação lato sensu do Centro Universitário Barão de Mauá. Graduada em Direito pela PUCPR e em Letras Português-Inglês pela FIAR. E-mail: assessoria.jus2@gmail.com.

  • Elisangela Veiga Pontes, Centro Universitário Autônomo do Brasil- UniBrasil

    Advogada. Graduada em Direito e Relações Internacionais pelo Centro Universitário Autônomo do Brasil- UniBrasil. E mail:elisangelapontesadv@yahoo.com.br.

  • Thalles Jarehd Tiradentes Vaz, Centro Universitário de Ensino, Ciência e tecnologia do Paraná – Uniensino

    Bacharelando em Direito pelo Centro Universitário de Ensino, Ciência e tecnologia do Paraná – Uniensino. E-mail: thallestiradentes@gmail.com

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Publicado

05.05.2025

Como Citar

DE SOUZA, Barbara Lucia Tiradentes; PONTES, Elisangela Veiga; VAZ, Thalles Jarehd Tiradentes. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O DIREITO: INOVAÇÕES, RISCOS E DESAFIOS PARA O ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. REVISTA JURÍDICA GRALHA AZUL - TJPR, [S. l.], v. 1, n. 28, 2025. DOI: 10.62248/hvz4aq02. Disponível em: https://revista.tjpr.jus.br/gralhaazul/article/view/190.. Acesso em: 13 maio. 2025.