DO COLONIALISMO À TECNODIVERSIDADE: REPENSANDO O PAPEL DA TECNOLOGIA NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.62248/wdjsrv98Palavras-chave:
tecnodiversidade; tecnologia; colonialismo tecnológicoResumo
O reconhecimento e a valorização da tecnodiversidade emergem como uma resposta à hegemonia da visão tecnológica ocidental, promovendo a autonomia cultural e a justiça tecnológica. A cosmotécnica nos convida a examinar não apenas as implicações técnicas, mas também filosóficas, culturais e cosmológicas das tecnologias. Desafiando noções de progresso linear e universal na tecnologia, a tecnodiversidade destaca a multiplicidade de abordagens, conhecimentos e valores relacionados à tecnologia presentes em diversas comunidades ao redor do mundo. Assim como Claude Lévi-Strauss enfatizou a importância da diversidade cultural na compreensão da humanidade, a tecnodiversidade proposta por Yuk Hui nos lembra que não existe uma única forma correta de tecnologia, mas sim uma variedade de práticas tecnológicas que devem ser respeitadas e valorizadas. Esse reconhecimento e valorização são essenciais para construir um mundo onde as tecnologias atendam verdadeiramente às necessidades das comunidades locais, promovendo a autonomia e a justiça em escala global. Este estudo se respalda na adoção de uma abordagem metodológica dialética, com enfoque no método procedimental monográfico. Emprega-se a técnica de pesquisa qualitativa, apoiada em pesquisa documental bibliográfica.
Referências
APPADURAI, Arjun. Cultural dimensions of globalization. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2005.
BARROSO, Luís Roberto. Trinta e cinco anos da Constituição de 1988: as voltas que o mundo dá. Revista Direitos Fundamentais e Democracia, Curitiba, v. 28, n. 02, p. 07-49, maio/ago. 2023.
BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Tradução de Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.
BERBERI, Marco Antonio Lima; PIRES, Joyce Finato. Mensagens e mensageiros: privacidade e confiança em tempos de disrupção tecnológica. In: EHRHARDT JÚNIOR, Marcos; CATALAN, Marcos; MALHEIROS, Pablo (Coords.). Direito civil e tecnologia: 2. ed. Tomo II. Belo Horizonte: Fórum, 2022, p. 289-301.
BHABHA, Homi. O local da cultura. Tradução de Myriam Ávila; Eliana Lourenço de Lima Reis; Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
CASSINO, João Francisco. O sul global e os desafios pós-coloniais na era digital. In: SILVEIRA, Sérgio Amadeu da; SOUZA, Joyce; CASSINO, João Francisco (Orgs.). Colonialismo de dados e modulação algorítmica: tecnopolítica, sujeição e guerra neoliberal. São Paulo: Autonomia Literária, 2021, p. 13-32.
CHANG, Ha-Joon. Kicking away the ladder: development strategy in historical perspective. London: Anthem Press, 2002.
COULDRY, Nick. The costs of connection: how data is colonizing human life and appropriating it for capitalism. Stanford: Stanford University Press, 2019.
FEENBERG, Andrew. Questioning technology. London: Routledge, 1999.
FELIPE, Bruno Farage da Costa; MULHOLLAND, Caitlin Sampaio. Filtro bolha e big nudging: a democracia participativa na era dos algoritmos. Revista Direitos Fundamentais e Democracia, Curitiba, v. 27, n. 03, p. 06-18, set./dez. 2022.
FERRO, Marc. A colonização explicada a todos. Tradução de Fernando Santos. São Paulo: Editora Unesp Digital, 2017.
GALINDO, Cristina. Quando as empresas são mais poderosas que os países. Disponível em: https://t.ly/EzVdO. Acesso em: 22 abr. 2024.
GIDDENS, Anthony. Runaway world: how globalization is reshaping our lives. London: Profile Books, 2022 E-book.
HALL, Suart. The local and the global. In: KING, Anthony D. Culture, globalization and the world-system: contemporary conditions for the representation of identity. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1997.
HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2015.
HUI, Yuk. Tecnodiversidade. Tradução de Humberto do Amaral. São Paulo: Ubu, 2020.
HUI, Yuk. The question concerning technology in China: an essay in cosmotechnics. United Kingdom: Urbanomic Media, 2016.
KANT, Immanuel. À paz perpétua. Tradução de Marco Zingano. São Paulo: L&PM Editores, 2008.
KFOURI NETO, Miguel; SILVA, Rodrigo da Guia; NOGAROLI, Rafaela. Inteligência artificial e big data no diagnóstico e tratamento da COVID-19 na América Latina: novos desafios à proteção de dados pessoais. Direitos Fundamentais & Justiça, Belo Horizonte, a. 14, n. esp., p. 149-178, nov. 2020.
LEMOS, Ronaldo. Conceito de tecnologia deve ser pensado à luz da diversidade, diz filósofo chinês. Disponível em: https://t.ly/AhzrU. Acesso em: 21 abr. 2024.
LEVINAS, Emmanuel. Totalidade e infinito. Lisboa: Edições 70, 1980.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural dois. Tradução de Maria do Carmo Pandolfo. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 1993.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 2010.
LIMA, Manoel Pedro Ribas de. Humanidade e direito cosmopolita. Revista Direitos Fundamentais e Democracia, Curitiba, v. 04, p. 01-23, 2008.
LOSURDO, Domenico. Contra-história do liberalismo. 2. ed. Tradução de Giovanni Semeraro. Aparecida: Ideias e Letras, 2006.
O’GORMAN, Edmundo. La invención de América. Calz de San Lorenzo: Fondo de Cultura Económica, 1995.
QUEIROZ, Rafael Mafei Rabelo. Como encontrar um tema dentro de minha área de interesse? In: FEFERBAUM, Marina; QUEIROZ, Rafael Mafei Rabelo (Coords.). Metodologia da pesquisa em Direito: técnicas e abordagens para elaboração de monografias, dissertações e teses.2. ed. São Paulo: Saraiva, 2029, p. 53-70.
RAMOS FILHO, Wilson. Trabalho degradante e jornadas exaustivas: crime e castigo nas relações de trabalho neo-escravistas. Revista Direitos Fundamentais e Democracia, Curitiba, v. 04, p. 01-25, 2008.
SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Tradução de Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência. Rio de Janeiro: Record, 2008.
SOLON, Olivia. 'It's digital colonialism': how Facebook's free internet service has failed its users. Disponível em: https://t.ly/zmQJd. Acesso em: 22 abr. 2024.
STIEGLER, Bernard. La técnica y el tiempo. Tradução de Beatriz Morales Bastos. Hondarribia: Hiru Argitaletxe, 2002.
TSANNI, Abdullahi. O esforço da África para regulamentar a Inteligência Artificial começa agora. Disponível em: https://t.ly/jb8qm. Acesso em: 22 abr. 2024.
TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
WILLIAMS, Eric. Capitalismo e escravidão. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. E-book.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Joyce Finato Pires, Larissa Pereira Barbosa (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.