PROVAS DIGITAIS NO PROCESSO PENAL: AUTENTICIDADE, MANIPULAÇÃO POR INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E DESAFIOS AO DEVIDO PROCESSO
DOI:
https://doi.org/10.62248/cbjxxr83Palavras-chave:
Prova digital, Inteligência artificial, Cadeia de custódia, Processo penal, Autenticidade da provaResumo
O trabalho analisa os impactos da revolução digital no processo penal, destacando a transição das provas físicas para as digitais e os desafios jurídicos decorrentes dessa mudança. A digitalização trouxe eficiência, mas também demanda atenção à autenticidade, integridade e admissibilidade das provas. A inteligência artificial, embora útil para análises e investigações, levanta questões éticas e legais, especialmente com a criação de deepfakes e a manipulação de evidências. Nesse contexto, reforça-se a importância da cadeia de custódia, da perícia forense e da regulamentação específica. O ordenamento jurídico brasileiro já conta com normas como o Marco Civil da Internet e a LGPD, além de orientações técnicas da ABNT e do CGI.br. O trabalho conclui que é essencial garantir a confiabilidade das provas digitais, evitando presunções de veracidade e assegurando o devido processo legal, especialmente frente aos riscos impostos pelo uso inadequado da tecnologia.
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